segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Inspetoria de Reduçao de Danos, dever ou castigo.



Caros amigos, primeiramente gostaríamos de nos desculpar pela demora nas postagens, pois também somos gente e temos que descansar.


Fomos surpreendidos com uma minuta que transitou nos "WhatsApp" da vida, que é a criação de uma Inspetoria Regional destinada a atender exclusivamente a região da nova luz, digo "cracolândia", a chamada Inspetoria de Redução de Danos ou coisa assim.

As informações não oficiais indicam que será deslocado um efetivo de aproximadamente 350 (trezentos) Guardas para trabalhar de forma exclusiva nesta atividade.

Mais uma vez vemos que os nossos Administradores dão prova que pensam somente nos projetos políticos, pois, temos alguns questionamentos importantes a fazer.

O primeiro é o porquê desta "criação" sem que sequer esteja confirmado o chamamento de novos guardas do concurso que ainda está em vigor.

Este fato não é somente falta de bom senso é ação contrária a qualquer princípio da Administração Pública.

A criação de novo organismo sem que se tenham providos os recursos adequados, principalmente recursos humanos, é ato de pura vontade política de pessoas que usam a máquina pública para fins de interesse e de projetos somente de cunho eleitoral.

Será que os nossos Gestores irão imputar esta missão ao efetivo da GCM que está de forma reconhecida cansado, doente, desmotivado e sem a renovação adequada já há mais de 10 (dez) anos.

É difícil acreditar que os Gestores da Prefeitura destinarão ao efetivo que já foi esfolado pela Administração Serra/Kassab, mais esta missão inglória.

Criar a Inspetoria da "cracolândia", destinando efetivo fixo retirado das unidades operacionais é como sentenciar o Guarda ao castigo físico, mental e financeiro.

Este é o prêmio que merece o único grupo de servidores da PMSP que sempre cumprem com o que é determinado, mesmo enfrentando um número quase infindável de adversidades?

Esta Inspetoria será mais um castigo imposto ao nosso pobre Guarda Civil Metropolitano, que irá se expor de forma fixa a insalubridade do local, a enorme pressão psicológica que é conviver diariamente com estes pobres mortos vivos, usuários de “crack”, que foram esquecidos do real socorro dos órgãos públicos.

Isso não quer dizer que no sistema atual de “apoio” não tenhamos estes fatos, mas pelo menos no sistema atual existe um revezamento, que proporciona ao GCM em algumas vezes ao mês a retirada desta triste rotina que é o apoio a "nova luz", bem como garante o ganho de verbas tais como o Auxilio Distancia, e o transporte de VTR da região periférica até o Centro.

A segunda questão é a forma como se apresentou a minuta, que ao nosso ver foi elaborada com o objetivo de dar um aspecto de doce ao remédio amargo.

A minuta fala em uma verba a qual ainda depende de regulamentação por lei, fala que esta verba virá de um possível convenio com a ONU, mas também não se especifica, diz que será adotado um uniforme especializado, com boina azul, e emblemas da ONU.

Mais uma vez corremos o risco de incorrer na velha retórica que já virou hilarismo dentro da Guarda que é o pensamento “vamos fazer primeiro e depois iremos conseguir as melhores condições e melhorias no salário”

A proposta traz um teor ar de "nobreza" de "eficiência", com o uso de uniforme diferenciado, talvez para tentar chamar os guardas mais simplórios ou para se esconder a realidade.

O principal que é a compra e aquisição de “capacetes, escudos, tornozeleiras e demais equipamentos de EPI”, não vislumbramos na proposta.

A obrigatoriedade de exames médicos periódicos, a aquisição de Mascaras de Gases com filtro, para uso principalmente no processo de lavagem, também não observamos na minuta.

O acompanhamento psicológico do efetivo utilizado de forma fixa também não vimos.

Bem como a garantia de uma verba honorária que realmente cubra os riscos da atividade também não se faz presente.

Por fim muito mais poderíamos falar, mas a realidade é uma só, mais uma vez a GCM é utilizada como instrumento político e como órgão de garantia de um projeto político para inglês ver.

Inexistem números que comprovem que a política de redução de danos implementada pela Prefeitura tenha mostrado resultados expressivos, o que temos na realidade é a distribuição do dinheiro público para garantir o uso do “Crack” por estes pobres seres humanos, que não tem mais discernimento, pois a droga roubou sua dignidade e também sua capacidade de decidir.

A internação compulsória em larga escala é a única saída, pois quem convive com estas pessoas sabe que eles perdem o poder de decidir, certamente estão inclusos na categoria dos absolutamente incapazes pelo CC Brasileiro em seu artigo 3º, inciso III:

Art. 3° - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I – os menores de 16 (dezesseis) anos;

II – o que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade

Quem está na operação “nova luz” tem um profundo sentimento de impotência, e de servir ao mal, porque na realidade se estipula uma área física de perdão criminal irregular, pois a ação penal condicionada é presente diariamente na cracolância, onde há consumo de drogas há o tráfico.

O GCM é obrigado a presenciar o tráfico, o uso indiscriminado de crack, se sujeita as ofensas verbais dos usuários e é obrigado a ser omisso em seus ensinamentos fundamentais da área do direito criminal ministradas no curso de formação de Guarda, mas parece que estamos lá para garantir o "direito" daquelas pessoas ao uso do "crack", sem serem molestados por ninguém.

Tudo pelo falso discurso do “social”, de sorte resta somente mais onze meses e seis dias de gestão, mas o futuro só a Deus pertence e devemos nos preparar tanto para o melhor quanto para o pior, triste sina ou maldição do GCM que é sempre esperar por dias melhores.
Este talvez seja o caro preço que estamos pagando pela dita “reestruturação” e pela capenga “aposentadoria especial”.
 
Por fim rogamos ao Nosso Nobre Comandante, que sempre nos defendeu, que interceda por nós nesta demanda e que se possivel implante este serviço somente após a contrataçao de novos guardas e com atençao para prover os questionamentos acima.

Acreditamos que seria melhor que esta unidade fosse criada por Lei e advindo no texto legal a devida e justa gratificaçao, que pelas caracteristicas do trabalho deve ser um valor considerável, a obrigatóriedade de acompanhamento médico e psicologico constante, bem como dos equipamentos de proteção individual.

Vejam a opinião em site de especialistas no tratamento de pessoas usuárias:



Um comentário:

  1. Sabemos que a prefeitura e Sr prefeito não está nem um pouco preocupado com a GCM/SP agora querendo criar uma inspetoria com recursos da ONU e o que é pior enganando o trabalhador,dizendo que terá verba com 380 guardas o mais agora uma pergunta como querem criar uma inspetoria se como por exemplo o comando norte onde trabalho não tem nem 300. Guardas na eu trabalhando e um falta de caráter e bom senso com o trabalhador

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